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Em novo DVD, Ivete Sangalo conta duas décadas de carreira

 Segurança. ‘Tenho uma autoestima desconcertante. Jamais faria algo que não soubesse fazer bem’


Ivete Sangalo abre seu show na Arena Fonte Nova falando em off: “A nossa história é agora. E o nosso tempo é de alegria”. Ela aparece ao som dos beats eletrônicos do novo hit “Tempo de alegria” — uma das quatro inéditas apresentadas. A consciência de seu tempo e a convocação ao entusiasmo, anunciados no texto, atravessam o DVD/ CD “Multishow ao vivo — Ivete Sangalo 20 anos”. Celebrando a data redonda, a cantora — que assina a direção musical com Radamés Venâncio — quis marcar a pluralidade que identifica em sua carreira, espalhando blocos temáticos: canções festeiras, a ligação com a Bahia, o reggae, o romantismo.

— É um registro desses 20 anos, um período no qual eu adquiri uma pluralidade. E o curioso é que minha carreira nunca teve um momento pop, axé, romântico... Sempre veio tudo misturado nos meus trabalhos — avalia Ivete.

O primeiro bloco de canções é o que ela classifica como pop, com sucessos como ““Acelera aê (Noite do bem)”, “Festa” e “Sorte grande” — destaque para as referências ao funk carioca, no ritmo e na dança.

— Depois mostro minha vertente rítmica — diz, referindo-se à parte em que ela recebe os convidados Bell Marques (ex-Chiclete com Banana) e o grupo de percussão Stomp, com o qual ela arrisca um número como se fosse uma integrante.

Influência de Elis Regina

Mais do que os convidados, chama a atenção a referência rítmica que ela mesma destaca:

— Aprendi muito de ritmo com Elis Regina. Cadência, respiração — explica, antes de citar outro artista por quem tem admiração profunda mas que não aparece como uma influência clara. — Sempre ouvi muito Lô Borges. Até hoje. Gosto de não perder a conexão com coisas que ouvia há muito tempo. É como o reggae (Alexandre Carlo, do Natiruts, é um dos convidados do show, numa lista que tem ainda Alexandre Pires, Saulo Fernandes e o Olodum).

Na concepção do show — da qual Ivete participou ativamente —, porém, ela afirma não buscar referências de cantoras pop internacionais, como Madonna, Beyoncé ou Rihanna.

— Não gosto de fazer nada igual aos outros. E também tem a coisa de eu ter uma relação com o meu lugar, a Bahia, outros elementos. O que pode ter é uma afinidade pelo inconsciente coletivo. Teve um disco que lancei, “As supernovas”, que tinha as cores muito parecidas com o que Madonna lançou dois meses depois. Se eu tivesse lançado depois, estava ferrada — diz, rindo.

A série de hits bem amarrados no DVD mostra mais uma vez Ivete — a cantora mais popular do Brasil há anos — exercendo a intuição e o conhecimento adquirido sobre a dinâmica do gosto do grande público. Algo que ela tem demonstrado no programa “Superstar”, ao aconselhar bandas novas.

— Tenho uma autoestima desconcertante. Jamais faria algo que não soubesse fazer bem.

Fonte: Extra

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